ATA DA DÉCIMA TERCEIRA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 1º-10-2015.
Ao primeiro dia do mês de
outubro do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
vinte e dois minutos, foi realizada a chamada, respondida por Alberto Kopittke,
Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dinho do Grêmio, Dr. Raul Fraga, Elizandro
Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Bosco Vaz, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila,
Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni, Tarciso Flecha Negra, Titi Alvares e Waldir Canal. Constatada a
existência de quórum deliberativo, o Presidente declarou abertos os trabalhos e
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Ainda, durante a Sessão, compareceram Airto
Ferronato, Delegado Cleiton, João Carlos Nedel, Mario Manfro, Séfora Gomes Mota
e Sofia Cavedon. Em Votação, foi rejeitado o Requerimento nº 111/15 (Processo
nº 1943/15), por seis votos SIM, quinze votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, após ser
encaminhado à votação por Fernanda Melchionna, em votação nominal solicitada
por Reginaldo Pujol, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Fernanda Melchionna,
Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Titi Alvares, votado Não
Cassio Trogildo, Dinho do Grêmio, Dr. Raul Torelly Fraga, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol,
Rodrigo Maroni e Waldir Canal e optado pela Abstenção Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Lourdes Sprenger, Mendes Ribeiro e Tarciso Flecha Negra. Em Votação,
foi rejeitada a Indicação nº 027/15 (Processo nº 1329/15), por dez votos SIM,
onze votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação por Fernanda
Melchionna, Jussara Cony e Marcelo Sgarbossa, em votação nominal solicitada por
Clàudio Janta e Kevin Krieger, tendo votado Sim Alberto Kopittke, Clàudio
Janta, Dr. Raul Torelly Fraga, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Prof. Alex Fraga, Tarciso Flecha Negra e Titi
Alvares, votado Não Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton,
Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, Kevin Krieger,
Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulo Brum e Waldir Canal e optado pela Abstenção
Dinho do Grêmio, Lourdes Sprenger, Paulinho Motorista e Reginaldo Pujol. Após,
foi aprovado Requerimento verbal formulado por Mauro Pinheiro, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na priorização da Ordem
do Dia. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 122/15 (Processo nº
2228/15). A seguir, foi apregoada a Emenda nº 02, assinada por Clàudio Janta,
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 065/14 (Processo nº 0665/14), e foi
aprovado Requerimento de autoria de Clàudio Janta, solicitando que essa Emenda
fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Também, foi
apregoado Requerimento de autoria de Clàudio Janta, deferido pelo Presidente,
solicitando a votação em destaque da Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 065/14. Após, o Presidente registrou o transcurso, hoje, do
aniversário de Reginaldo Pujol. Ainda, foi aprovado Requerimento verbal
formulado por Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na priorização da Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 016/15 (Processo nº
0195/15), por vinte e oito votos SIM, tendo votado Airto Ferronato, Alberto
Kopittke, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio,
Dr. Raul Torelly Fraga, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias
Villela, João Bosco Vaz, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Márcio
Bins Ely, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista,
Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes
Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Titi Alvares e Waldir Canal. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo
nº 115/15 (Processo nº 1279/15), por vinte e seis votos SIM, tendo votado
Alberto Kopittke, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do
Grêmio, Dr. Raul Torelly Fraga, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela,
João Bosco Vaz, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum,
Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Titi Alvares e Waldir Canal. Em Discussão Geral
e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/13
(Processo nº 3185/13), após ser discutido por Sofia Cavedon, Prof. Alex Fraga,
Reginaldo Pujol, Fernanda Melchionna e Idenir Cecchim. Foi rejeitada a Emenda
nº 02 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/13, por vinte e
cinco votos NÃO, em votação nominal solicitada por Cassio Trogildo, Kevin
Krieger e Sofia Cavedon, tendo votado Airto Ferronato, Cassio Trogildo,
Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Raul Torelly Fraga, Elizandro Sabino,
Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz,
Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal,
Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Titi Alvares e
Waldir Canal. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
015/13. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 014/14 (Processo nº 2783/14), após ser discutido
por Sofia Cavedon e Kevin Krieger. Em Votação, foi aprovada a Indicação nº
036/15 (Processo nº 1929/15). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 006/14 (Processo nº 0150/14), o qual recebeu
quatro votos SIM e quatorze votos NÃO, após ser discutido por Fernanda
Melchionna, Marcelo Sgarbossa, Sofia Cavedon e Clàudio Janta, este duas vezes,
em votação nominal solicitada por Kevin Krieger, tendo votado Sim Airto
Ferronato, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e Titi Alvares e votado Não Cassio
Trogildo, Clàudio Janta, Dinho do Grêmio, Dr. Raul Torelly Fraga, Elizandro
Sabino, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Tarciso Flecha Negra e
Waldir Canal, votação essa declarada nula em face da inexistência de quórum
deliberativo. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 006/14, João Carlos Nedel cedeu seu tempo de discussão a Clàudio
Janta. Na ocasião, foi apregoado documento de autoria de João Carlos Nedel,
informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, sua
participação, no dia primeiro de outubro do corrente, de reunião com o
Prefeito, às quatorze horas e trinta minutos. Também, foi apregoado
Requerimento de autoria de Sofia Cavedon, solicitando a renovação de votação da
Indicação nº 027/15 (Processo nº 1329/15). Durante a sessão, Fernanda
Melchionna manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às dezesseis horas e dez
minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para
a sessão ordinária da
próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos por
Mauro Pinheiro e secretariados por Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 14h22min): Havendo quórum, passamos
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 111/15 – (Proc. nº 1943/15 – Ver. Marcelo Sgarbossa e outros) – requer Moção
de Apoio ao Projeto de Lei 4471/2012, que propõe alteração no Código de
Processo Penal.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento nº 111/15. (Pausa.) A
Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 111/15.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente Mauro Pinheiro, Vereadores e Vereadoras,
quero cumprimentar o Ver. Marcelo Sgarbossa e todos os signatários desta Moção
de Apoio. É um projeto de lei que cria procedimentos especiais, no caso de
alguma morte, de algum assassinato perpetrado por integrantes das polícias
militares e/ou Brigada Militar, aqui no Rio Grande do Sul, com o intuito de
haver uma perícia e uma série de normas que garantam a investigação do fato
ocorrido.
Acho que isso é muito importante em tempos em que
nós muito temos discutido a questão da segurança pública. Não vou me
aprofundar, Ver. Alberto, nos temas estruturais de uma concepção de longo prazo
na questão da segurança pública. Acho que a luta para que haja uma polícia
investigativa, para que se fortaleçam as divisões de homicídios no que diz
respeito à possibilidade de investigações... Hoje, apenas 5%, Ver.ª Lourdes,
dos casos de homicídio têm os inquéritos finalizados. Nós temos, infelizmente,
uma ausência de investigação nos crimes contra a vida; por outro lado, não se
ataca o tráfico de drogas no que tem de mais precioso, que é o poder econômico.
Por
isso, nós sempre discutimos a necessidade de uma nova política com relação às
drogas, para que se rompa essa lógica de guerra às drogas que só fomenta a
violência, a corrupção, o mercado ilegal de drogas e armas. Isso é extremamente
perigoso e causa milhares de mortes todos os anos. Os temas envolvendo a
discussão da PEC 51, de um círculo completo de segurança, de integração das
polícias, nada tem sido feito em relação a uma discussão bastante profunda
sobre esses temas. Apenas a Moção do Vereador que propõe essa questão de uma
perícia, de uma investigação, de uma garantia de que a gente não veja o que
ontem estava em todas as redes sociais: o caso de um assassinato no Rio de
Janeiro que tinha policiais militares forjando a cena para dizer que foi
legítima defesa. Para que não aconteça o que aconteceu com o Amarildo, no Rio
de Janeiro, um pedreiro que foi preso, torturado, assassinado e que durante
muito tempo – muito tempo – os integrantes da UPP, Unidade de Polícia
Pacificadora, mentiram descaradamente para toda a sociedade, até vir à tona que
o GPS estava desligado, até virem à tona vídeos que não tinham vindo ainda a
público, e que garantiram que houvesse uma conclusão lamentável, mas
verdadeira, de que o Amarildo havia sido assassinado pelos integrantes da
própria Unidade...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: ...Nós temos a
polícia que mais mata e que mais morre no mundo, segundo o anuário de segurança
pública de 2014. Nós precisamos combater essa lógica de violência, e isso passa
por um conjunto de garantias do ponto de vista da investigação, o que é bom
para os bons policiais, para a transparência, para a sociedade, para que a
gente não siga vendo esses crimes, essa violência bárbara e esses assassinatos,
como aconteceu recentemente no Rio de Janeiro. Esse vídeo demonstra, como na
Bahia e aqui em Porto Alegre, temas que estão, toda a semana, infelizmente, nos
noticiários e nas estatísticas. Então, eu quero saudar pela Moção e dizer que
nós vamos votar favoravelmente.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo
Pujol, o Requerimento nº 111/15. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 06 votos SIM, 15
votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
IND. Nº 027/15 – (Proc. nº 1329/15 –
Verª Ariane Leitão) – ao Governo
Municipal, que sugere a ampliação da licença paternidade dos servidores públicos
municipais.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação a Indicação nº 027/15. (Pausa.) A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a
palavra para encaminhar a votação da Indicação nº 027/15.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, acho que essa Indicação é bastante
importante, nós, inclusive, temos um projeto que aumenta a licença-paternidade
dos municipários de Porto Alegre, que passa de dez dias para um mês. Nós
achamos que é fundamental que haja um aumento, primeiro, da garantia de
direitos para os nossos servidores públicos municipais, no intuito de assegurar
que, nos primeiros meses de vida, se tenha essa proximidade, essa garantia do
acompanhamento num momento tão especial para as famílias, que é o nascimento
dos seus filhos. E o segundo tema, que me parece bastante importante, é a busca
por romper uma lógica que, até hoje, infelizmente, tem sido implementada por
uma cultura machista, reproduzida ao longo dos anos, de que a responsabilidade
dos filhos é uma responsabilidade apenas da mulher. A responsabilidade para com
os filhos é de todos, do casal. E nós sabemos que muitos pais estão nessa luta
junto conosco para garantir direitos, e que, na prática também possam exercer
esse acompanhamento preliminar. Então, quero apoiar a moção e dizer que nós temos
um projeto, no mesmo sentido, que vai tramitar aqui na Câmara de Vereadores,
que tem o apoio do Simpa, que foi construído com as ativistas da luta pelo
parto humanizado e que nós esperamos aprovação da indicação, mas também a
aprovação do nosso projeto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 027/15.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho absoluta
convicção que esta moção será aprovada por unanimidade nesta Casa, até porque
já ouvi muitos Vereadores nossos terem esta compreensão do significado da
participação na criação dos filhos, do pai e da mãe – uma responsabilidade
conjunta daqueles que geraram.
Mas eu venho a esta tribuna, em primeiro lugar,
porque creio que a importância de a Ver.ª Ariane Leitão ter assumido por poucos
dias e deixado alguns projetos e um projeto dessa magnitude para que nós
possamos ampliar a licença-paternidade dos servidores públicos municipais. E é
dentro dessa concepção emancipacionista que nós, mulheres feministas e
emancipacionistas, temos, eu sou da União Brasileira de Mulheres, hoje estou na
companhia aqui, na minha Bancada, com muita honra, da Ver.ª Titi Alvares, nossa
Presidente municipal do Partido Comunista do Brasil aqui, na cidade de Porto
Alegre. Ela, sem dúvida deixará também uma marca significativa na luta das
mulheres, na luta pela emancipação. E é nesse processo emancipatório que eu
venho defender e saudar a iniciativa da Ver.ª Ariane, na medida em que o grau
de emancipação de uma sociedade, ele se mede pelo grau de emancipação das
mulheres nessa sociedade. Essa emancipação, ela não é apenas sob o ponto de
vista econômico – ela é política, econômica, social, cultural e familiar. No
aspecto, inclusive, muito importante, de que, na medida em que nós vamos
emancipando mais, a mais da metade feminina da sociedade, que são as mulheres,
nós emancipamos a sociedade em seu todo. E eu quero aqui colocar dois episódios
para que fiquem de forma muito concreta a defesa e a expectativa de que nós
possamos aprovar por unanimidade esta indicação nesta Casa. Quando do processo
da Assembleia Nacional Constituinte, o Movimento de Mulheres do Brasil se
unificou através das mais variadas entidades, no sentido de garantir na peça
constitucional avanços estratégicos para a luta das mulheres, dos
trabalhadores, do povo brasileiro, pelos direitos humanos, pelos direitos de
cidadania. Nós chegamos a fazer um ato com 5 mil mulheres. A Delegação Gaúcha
contava com personalidades femininas do Estado do Rio Grande do Sul,
conhecidíssimas, como a Mila Cauduro, Alícia Peres, Enid Backes, Ecléa
Fernandes, Hilda de Souza, as Vereadoras desta Casa – foi em 1986 –, éramos
cinco Vereadoras, participamos desse processo e fomos ao Congresso Nacional
exatamente discutir a extensão da licença-maternidade para nós, mulheres, para
seis meses, e o direito dos homens à licença-paternidade.
Eu já relatei isto aqui: nós ouvimos estupefatas de
vários Deputados de vários partidos que nos atenderam a pergunta de por que nós
queríamos uma licença-paternidade se, para registrar um filho, bastava uma
manhã ou uma tarde. Aquilo me calou muito fundo. E eu acabei respondendo ao
Deputado em nome de todas as mulheres: “Primeiro, nós queremos, porque o filho
é dos dois, e são novas relações que se estabelecem da participação maior do
pai nesse processo. Segundo, porque, para registrar o filho, nós podemos
registrar, nós somos parte do nascimento dessa criança.”
Então eu relato isso, relatando também que, quando
fui Diretora Superintendente do Conceição, criamos a mesa de negociação e
aprovamos na mesa de negociação, de 14 profissões, a primeira entidade pública
deste País a aprovar a extensão da licença-maternidade antes da sanção
presidencial para as trabalhadoras do GHC.
Eu gostaria de ver também no Município, também no
Estado, mas gostaria que, neste momento, pudéssemos contribuir com a
licença-paternidade dos servidores públicos municipais. São novos olhares à
família, novos homens no processo exatamente da participação dos dois; novos
homens, novas mulheres, nova sociedade. Acho que isso pode parecer apenas um
requerimento, uma indicação, mas é muito mais do que uma indicação; é um
processo de garantia de direitos, direito das famílias, direito das crianças,
direito dos pais. Ao contrário de um estatuto da família, que é uma agressão à
vida e aos direitos das crianças, das mães, dos pais, enfim, aos direitos de
cidadania.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 027/15.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Boa tarde a todos e todas; falo em meu nome e também do Partido dos
Trabalhadores sobre essa Indicação protocolada pela nossa companheira Ariane
Leitão, que assumiu a vaga há alguns meses, ela é uma militante muito ativa,
ocupou um espaço importante no Governo do Estado como Secretária das Políticas
para as Mulheres. Essa indicação não trata da mulher, trata do homem e de toda
a família. Hoje, na licença-paternidade, são dez dias, e a Indicação é que
passem a ser 30 dias. Nós estamos falando em acréscimo de 20 dias na
licença-paternidade, mas, efetivamente, temos que pensar na participação dos
homens na criação dos filhos. Eu estou vivendo um momento intenso na minha
vida, porque justamente sou pai de um casal de filhos e o Prof. Alex é pai de
muitos mais que eu, ele foi mais corajoso! Estamos falando em 30 dias e se
fosse possível cinco anos... A licença-maternidade e a licença-paternidade
teriam que ser de muito tempo. Isso garante o contato direto.
(Aparte antirregimental do Ver. Idenir Cecchim.)
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: O Ver. Cecchim me pergunta quem paga. Acho que estamos vivendo um
problema ao contrário: muitas pessoas não querem ter filhos. Se fizéssemos um
levantamento de quantos servidores e servidoras seriam destinatários dessa
ampliação das licenças, veríamos que são muito poucos. Não teríamos um impacto
significativo no atendimento ao público desses servidores. Por outro lado, o
que temos, o que várias pesquisas mostram é que um tempo maior com os pais ou
com alguma pessoa de referência – hoje pela manhã, na reunião de líderes, a
Ver.ª Fernanda falou da Moção de Repúdio ao Estatuto da Família, vamos debater
isso quando entrar na discussão e votação, acredito que não hoje – o maior
tempo possível, é o que traz estabilidade emocional, que permite laços mais
fortes de afeto nesse momento da vida, em que a criança precisa ser bem-vinda
ao mundo. Então, de preferência, é lógico que os pais façam essa atuação, e não
tem como fazê-la não estando presente. Aquela ideia de que “fico pouco tempo
com os filhos, mas dou qualidade total”. Não se deseja pais helicópteros,
digamos assim, que pousam ficam um pouco, esse momento pode ter muita
qualidade, mas se é tão pouco assim – não vou dimensionar em tempo - é pouco
tempo. As crianças merecem muito mais tempo, de preferência com os próprios
pais ou com alguém próximo da família, enfim. Então, nesse sentido, a Câmara já
aprovou outra Indicação da Bancada do Partido dos Trabalhadores, de ampliação
da licença-maternidade - há um mês, mais ou menos. Vejam, estamos aqui falando,
eu diria, estamos pedindo muito pouco, é mais o simbolismo de entender e de
convidar os pais, aqueles homens que ainda acham que a criação dos filhos é
algo apenas da mulher, que entendam isso. O que estamos colocando aqui nessa
indicação para o Executivo é que amplie, em 20 dias, o período da
licença-paternidade. Então, contamos com a compreensão. A Ver.ª Ariane estava
aqui ontem e acreditava que poderia ter sido votado o projeto, mas não foi em
razão de outras discussões que estávamos fazendo, mas certamente nos assiste e
acompanha, está na torcida para que aprovemos essa Indicação, proposta enquanto
esteve aqui como Vereadora, há alguns meses. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores
Clàudio Janta e Kevin Krieger, a Indicação nº 027/15. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADO
por 10 votos SIM, 11 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES.
Srs. Vereadores,
solicito a alteração da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente,
votar o Requerimento nº 122/15. Após retornamos à ordem normal. (Pausa.) Em
votação o Requerimento de minha autoria. (Pausa) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 122/15 – (Proc. nº 2228/15 – Mesa Diretora) – requer a
realização de Sessão Solene no dia 06 de outubro, às 19h, destinada a assinalar
o transcurso dos 120 anos do Correio do Povo.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento nº 122/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao PLL nº
065/14.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando dispensa do envio da
Emenda nº 02 ao PLL nº 065/14 à apreciação das Comissões, para Parecer.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
Apregoo e defiro o Requerimento
de autoria do Ver. Clàudio Janta, solicitando que seja votada em destaque a
Emenda nº 02 ao PLL nº 065/14.
Ver. Reginaldo Pujol, também
aniversariante do dia de hoje, parabéns pela passagem do seu aniversário, no
Dia do Vereador.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Requerimento): Obrigado. Sr. Presidente, solicito a alteração da
ordem da priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à
discussão e votação do PLL nº 016/15 e do PLL nº 115/15. Após retornaremos à
ordem normal.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0195/15 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 016/15,
de autoria do Ver. João Derly, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre
ao senhor Neory Müller.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Elizandro Sabino: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos
membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 21-09-15 por força do
art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº 016/15. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação
nominal. (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 28 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1279/15 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 115/15,
de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o título de Cidadão Emérito de
Porto Alegre ao advogado Luiz Eduardo Amaro Pellizzer.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elizandro Sabino: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art.
82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 16-09-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº
115/15. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO
por 26 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 3185/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 015/13,
que extingue a Subunidade 10 da Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 10 da
Macrozona (MZ) 07, definida como Área Especial de Interesse Social I (AEIS I),
e altera os limites, os regimes urbanísticos e as Subunidades 01 e 05 da UEU 10
da MZ 07, revogando a Lei Complementar nº 621, de 23 de junho de 2009. Com Emenda nº 02.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Delegado Cleiton: pela aprovação do Projeto (empatado).
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§
1º, I, da LOM;
- retirada a Emenda nº 01;
- incluído na Ordem do Dia em 31-08-15 por força do
art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLCE nº 015/13. (Pausa.) A Ver.ª
Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/13.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não consigo lembrar, mas o Ver.
Pujol deve lembrar há quantos anos começou o conflito com essa área, das
famílias que ocuparam aquele espaço no bairro Restinga, e toda a negociação que
houve, o famoso caso Unidão. Acho importante que chegue este momento das AEISs,
da definição da priorização de Área de Interesse Social num bairro que está...
E é por isso que vim aqui dialogar, porque já no primeiro semestre encaminhei à
Mesa Diretora um pedido para realizarmos uma audiência pública na Restinga sobre
o tema da violência. Demoramos para encontrar o local, mas agora a Mesa
Diretora definiu, e está marcada para o dia 22. Naquele período, quando houve o
assassinato das mulheres, quando houve vários conflitos habitacionais do
tráfico com moradores que conquistaram apartamentos por meio do Minha Casa,
Minha Vida lá na Restinga, arredores da Restinga ou na grande Restinga, um
problema seriíssimo de empreendimentos públicos que não tinham uma retaguarda
adequada, um acompanhamento sólido, firme dos diferentes serviços públicos e
que chega a um momento grave. E a gente tem ouvido muitas notícias, sabemos que
esse não é um fenômeno obviamente específico da Restinga, nem de Porto Alegre,
é do País inteiro, que nos chama, nos alerta para o fato de que os novos empreendimentos
habitacionais, milhões do Minha Casa, Minha Vida que estão sendo construídos
estão demandando um acompanhamento melhor dos Municípios. Porque o Governo
Federal faz a política construída, dialogada com os Municípios, que fazem o seu
cadastro, que devem ter o seu processo participativo de definição das moradias
populares, porque esse é um programa importante e forte. Inclusive, amanhã de
manhã o Governo Federal estará entregando, na Av. Bento Gonçalves, no
loteamento São Guilherme, mais 180 moradias do Minha Casa, Minha Vida. Se todo
esse trabalho de construção dessa nova possibilidade essencial na vida das
famílias não for acompanhado pela assistência social, pelo monitoramento do
órgão de habitação, pela segurança pública, nós temos problemas seriíssimos,
inclusive de retirada das moradias de quem lutou tanto para ter uma casa.
Estamos vivendo algo muito semelhante a isso no
Condomínio Princesa Isabel; já estamos tratando isso na Defensoria Pública,
porque não é possível que aqui, no centro da Cidade, termos ameaças. As pessoas
chegam em casa, trocaram o miolo da fechadura e tomaram conta da casa. Então,
são situações de uma gravidade muito grande que se somam à ausência de política
de segurança. E nós pretendemos que não se crie um estigma: não é a Restinga,
não pode ser o Morro Santa Teresa transformado e generalizado, trazendo o tema
do morro do mesmo jeito. O jornal Zero Hora colocou quatro páginas dizendo que
aquele morro é o morro do medo. Aquele morro é um morro de trabalhadores, de entidades sociais, de luta por
moradia, de regularização fundiária, e as relações exacerbadas, violentas e
desrespeitosas da ação da segurança lá é que têm causado violência, têm causado
revolta nos trabalhadores. Então eu queria trazer aqui essas dimensões.
Nós vamos votar aqui mais uma Área Especial de
Interesse Social. Não importa se é aqui no centro ou na periferia da cidade, a
violência não pode ser a regra. A regra que rege os novos condomínios de
habitação popular não pode ser a violência! Se esses moradores, essas famílias
saem de uma situação irregular, de moradias umas sobre as outras, com pouco
espaço, sem necessidade de organização de condomínios, quando elas passam por
um processo de conquista, elas precisam de um suporte muito maior, importante e
um investimento extremamente estratégico. De outro lado, se a segurança pública
não funciona, vai atingir essas famílias mais frágeis, vai atingir as moradias
novas, vai atingir espaços onde o Poder Público não se localiza. E aí a
Restinga tem sentido na sua educação, nas suas escolas. A organização dos
conselhos escolares da Restinga fez mobilização na semana passada, eu sei que o
Ver. Prof. Alex acompanhou, vem fazendo o debate sobre o tema da violência, que
tem essa face, a face do retrato dentro da escola, do que é a ausência de uma
política de segurança na cidade, na comunidade, mas tem a face da falta de
apoio, de suporte, de tecnologia e da presença humana do guarda municipal nas
nossas escolas; sem a presença do guarda, sem o alarme funcionando, como foi o
caso da escola Tristão, que por duas
vezes sofreu arrombamento, sofreu depredações. E a forma como entraram na
escola agrediu muito os professores e alunos pelo estrago gratuito, pela forma
como a presença dos meliantes aconteceu dentro da escola. Então isso nos
preocupa muito, e espero que seja coletivo.
A iniciativa dessa audiência, Ver.ª Séfora, foi
minha, em função da Procuradoria da Mulher, do assassinato de três mulheres e
uma criança. Mas é uma audiência pública da Casa, da nossa Câmara. A Câmara
está solicitando a presença de todos os órgãos de segurança, e a Restinga
gostaria muito que as Sras. Vereadoras e os Srs. Vereadores estivessem
presentes, ajudando a respaldar e a fortalecer o movimento das escolas,
ajudando a respaldar e a fortalecer as mulheres e as ações que as mulheres
estão fazendo para se proteger. A Creche Ananda Marga tem duas instituições que
têm toque de recolher, que nesses dias entraram dentro de seu pátio, armados,
não contra a escola ou contra as crianças, mas bandido fugindo de bandido,
bandido procurando bandido. A situação é muito dramática, imaginem os
trabalhadores como conseguem desenvolver seu trabalho numa situação grave
dessas. É hora de os órgãos da Segurança Pública dialogarem de forma séria e
consequente com os órgãos de outras políticas públicas que estão sendo
atingidas e, por consequência, seus profissionais e os usuários, e a Restinga
está sentindo isso fortemente. Claro que não é só na Restinga, é na Glória, na
Cruzeiro e no Cristal, no Morro Santa Teresa, como também na Zona Norte, que
parou por duas ou três vezes, dias atrás, a Av. Bernardino Silveira Amorim em
função de assassinato de jovens. Quero fazer uma sugestão, e fiz uma proposta
de na Lomba do Pinheiro ter uma nova audiência, e acho que a Casa deve fazer
uma em cada região, audiências públicas da Câmara tratando de segurança, não
uma pessoa, um Vereador ou uma Vereadora.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para
discutir o PLCE nº 015/13.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa tarde Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste nas galerias
e pela TVCâmara. Eu gostaria de começar essa minha fala parabenizando, saudando
a realocação da comunidade Unidão, feita pela Prefeitura, e uma das justificativas
do projeto que estamos debatendo. A justificativa central é que essa comunidade
já foi realocada nos projetos Minha Casa, Minha Vida, e portanto, essa área a
Prefeitura quer desgravar como Área Especial de Interesse Social. Então a ideia
central do projeto que estamos debatendo não é gravar uma
AEIS, e sim desgravá-la.
O outro ponto é que
essa área vai ter os seus índices vendidos pelo Governo. Com relação a isso, eu
acho que nós podemos estar assinando embaixo de um erro da Prefeitura. A nossa
Cidade apresenta um déficit habitacional enorme, gigantesco; pessoas que moram
em condições subumanas e o nosso Departamento Municipal de Habitação não tem
como realocar essas pessoas. Primeiramente, porque muitas vezes ouvi
representantes da Prefeitura se posicionarem com relação à carência de espaços
para destinar para habitação popular. Se há carência, por que não utilizar esse
espaço que já era ocupado anteriormente? Já é uma AEIS, já está gravada, já
está destinada para esse fim. Por que não mantê-lo, construir casas populares,
produzir habitação de qualidade e digna para uma parte desfavorecida da nossa
população?
Vereadores e
Vereadoras, convenhamos, nós não podemos acreditar, ou pelo menos fingir que
acreditamos, que a única forma de combate à violência – que está crescente – é
o aumento do efetivo da Brigada Militar. Não é a repressão que vai garantir
segurança. O que garante diminuição de violência é que o criminoso tenha a
certeza de que vá ser punido pelo seu crime. E o que pode evitar que novos
jovens busquem a criminalidade como alternativa para seu sustento é a presença
de políticas públicas que garantam um futuro melhor, um futuro digno, uma
perspectiva de futuro para a nossa juventude. Não podemos encarar que o simples
fato de aumentar o efetivo das nossas polícias vá garantir segurança à nossa
população. De jeito nenhum! Devemos garantir que as pessoas tenham educação de
qualidade, devemos garantir que os nossos cidadãos porto-alegrenses apresentem
dignidade na sua vida, tendo local adequado para morar, alimentação saudável, ou seja, o avanço das políticas públicas é que
pode diminuir esse abismo social que nós temos com relação à grande parte dos
porto-alegrenses, e sim, efetivamente, dar uma melhor perspectiva de futuro
para a nossa Cidade. Então, desgravar essa área como AEIS é um erro, ela já
está gravada, e vamos aproveitar isso através do nosso Departamento Municipal
de Habitação para, sim, construir habitações dignas para os nossos cidadãos
porto-alegrenses. Então, deixo aqui o meu recado, um abraço e continuemos a
discussão.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Pinheiro; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, os bons pronunciamentos
anteriores facilitam a nossa presença aqui na tribuna, porque eles localizam o
assunto e dão encaminhamento ao mesmo sobre uma determinada visão. Este projeto
está aqui na Casa desde novembro de 2013 – vai para dois anos que ele tramita
aqui na Casa –, e na oportunidade, quando ele passou na Comissão de
Constituição e Justiça, em fevereiro de 2014, nós procuramos oferecer no
relatório, Ver. Brum, uma visão objetiva da situação, que eu acho que, de certa
forma, responde algumas dúvidas aqui suscitadas.
Quanto ao Parecer: o
Projeto de Lei em contento permitirá afastar gravame existente sobre a Área
Especial de Interesse Social I, instituído pela Lei Complementar nº 621/2009.
Na mesma oportunidade, restou autorizado ao Município utilizar a transferência
de potencial construtivo, na forma do art. 52 da Lei Complementar nº 434/1999,
com vistas à desapropriação de parte da gleba existente na Estrada
João Antônio da Silveira e sua consequente transferência ao DEMHAB para que
fosse implementada a regularização fundiária no próprio local ou providenciadas
as habitações de interesse social, já que, na época, a área se encontrava
ocupada por assentamento conhecido como Vila União, integrado exclusivamente
por população de baixa renda. Até aí os pensamentos do Ver. Prof. Alex Fraga
explicou com muita propriedade o que aconteceu no passado.
Onde que começa a diferenciação de enfoque? É que,
como eu li, o Município pretendia desapropriar a área. Agora, pergunto o
seguinte e até objetivamente respondendo a uma dúvida suscitada oportunamente
pelo Ver. Prof. Alex Fraga: por que, com tanta carência habitacional, o
Município desiste de desapropriar a área? Não pagará mais transferindo o
potencial construtivo para ser utilizado em outra área qualquer. A razão é
muito simples: o Município tem excesso de áreas liberadas para o programa Minha
Casa, Minha Vida na redondeza em número significativo, Ver. Prof. Alex, tudo
parado no exame da Caixa Econômica Federal, porque ninguém de nós, Ver.ª Sofia
e Ver.ª Séfora, desconhece que hoje há uma crise econômica no País e que a
Caixa Econômica Federal, inclusive, no programa Minha Casa, Minha Vida não está
liberando novos projetos. Então, não adianta nós termos uma área desapropriada
a um custo, a desapropriação será onerosa para o Município, já seria há dois ou
três anos, não adianta nós termos mais uma área e não termos possibilidade de
efetivamente fazer um projeto Minha Casa, Minha Vida sobre essa área. Isso
impede que se construa residências necessariamente de acordo com a legislação
vigente, porque está se restituindo, neste projeto de lei, o mesmo potencial
construtivo que era aqui antes da declaração como Área Especial de Interesse
Social que, aliás, é o regime predominante na região da Restinga.
Então, o que está acontecendo é que o Município
hoje é inadimplente. Ele tem que pagar ao proprietário que concordou, no acordo
que nós, aqui, da Câmara providenciamos, em ceder ao Município a área para que
fizesse a regularização fundiária das 300 famílias que moravam na Vila União,
desde que o Município indenizasse. Na falta de recursos, o Município paga
transferência do potencial do índice construtivo da região para que ele utilize
em qualquer outra área da Cidade. Como o Município não vai mais utilizar para
aquela finalidade, ele não quer desapropriar, ele não quer pagar. Ele está se
desobrigando da desapropriação e libera o proprietário da área a fazer o
projeto de acordo com o regime urbanístico predominante na área. Em suma, é
isso o que está acontecendo. Não mais do que isso.
E eu quero declarar, com toda a certeza, que acho
uma injustiça que se está fazendo com o proprietário da área, que já cedeu tudo
o que podia ceder, que concordou em entregar o terreno para o Município, desde
que lhe restasse um pequeno espaço no qual ele pretendia jogar todo o potencial
construtivo da área. Já que isso não ocorreu, já que ele espera há dez anos a
solução desse problema, há dez anos esse projeto ronda no Município de Porto
Alegre, outra coisa não cabe ser feita senão desonerar o Município dessa
obrigação e liberar a área para que ele possa realizar os projetos
habitacionais...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. REGINALDO PUJOL: ...só que, obviamente, sejam aqueles que são
permitidos pela legislação vigente, conforme estabelece, com muita firmeza, o
próprio projeto no parágrafo único, quando estabelece com clareza qual é o
índice de ocupação, qual é o adensamento e assim por diante.
Com isso, nós estamos encerrando com a novela de
muito tempo, sem que o Município arque com recursos e ensejando que, de certa
forma, um proprietário da área, que ficou obstado durante dez anos de
utilizá-la, possa agora se ressarcir de grande parte de seus prejuízos sem que,
com isso, ele tenha que ser indenizado pelo Município, conforme está previsto
na legislação anterior. É essa a situação. Acredito que é absolutamente
tranquilo, correto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
discutir o PLCE nº 015/13.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu ouvi atentamente o Ver. Pujol. Nós analisamos o
projeto, o Ver. Alex falou a nossa posição, a Ver.ª Sofia trouxe outros temas da
região. Nós temos uma dúvida muito séria. Quando houve a ocupação ali, era uma
área do Unidão; houve uma ocupação por mais de 400 famílias; essa área virou
AEIS, porque houve uma mobilização da Câmara. As famílias foram reassentadas,
houve acordo com elas. A nossa dúvida é: por que o Município está desgravando
de AEIS? Quem fez o reassentamento foi o Minha Casa, Minha Vida, foi a partir
de política do DEMHAB, foi a partir que quais projetos habitacionais? E se essa
área não poderia ser usada para moradia popular? Claro, mediante negociação da
área, uma vez que ela já está gravada em AEIS. Uma série de construções é
proibida, uma vez que são Áreas Especiais de Interesse Social para habitação
popular. Por exemplo, nós temos duas ocupações na Restinga, recentemente
procuraram a Câmara de Vereadores, inclusive V. Exa., Ver. Reginaldo Pujol,
estava junto, os do Barro Vermelho e da Quinta Unidade, são centenas de
famílias. Uma das áreas é do DEMHAB, que entrou com reintegração de posse; nós
criticamos, porque as pessoas não têm onde morar e ocupam essas terras
justamente por falta de políticas habitacionais. E esse terreno poderia ser
usado para a construção social. Ou foi a negociação de reassentamento que
gerou? São essas perguntas para o senhor responder.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Vereadora, V. Exa., inteligentemente, me convoca para o debate, e eu
esclareço. O Município tem outras áreas liberadas com projeto sob análise da
Caixa Econômica Federal. Essa área não é do Município. O Município prometeu
desapropriar e não desapropriou. Então se fez um acordo, na ocasião – acho que
V. Exa., inclusive, contribuiu para esse acordo -, de que ele entregaria para o
Município área para fazer a urbanização e manter as pessoas ali, ou então elas
seriam transferidas para a redondeza, conforme era o desejo da maioria.
Colocou-se a maioria, a totalidade, foram colocados no projeto ou receberam
aluguel social, alguns foram transferidos para onde queriam. Então, se resolveu
o problema do Unidão, mas não se resolveu o problema do proprietário que teria
de ter sido indenizado pela sua área, que ele não dispôs durante todo esse
tempo. Aí que eu digo que há injustiça com ele, porque ele tolerou o Município,
toda essa novela que a senhora conhece muito bem.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: O Município ficou de desapropriar, não fez a
desapropriação, houve uma política de reassentamento e não houve a política de
desapropriação, mesmo com a gravação da AEIS.
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Fernanda,
estava verificando, porque nós estávamos conversando. Era isso mesmo, no
início, o Município acharia solução para as famílias nessa área privada e faria
a desapropriação, a indenização. E, por isso e para isso, foi instituída a
AEIS. O Município encontrou outra solução para as famílias e está devolvendo,
retirando AEIS para devolver como estava a área do antigo e atual proprietário,
continua o mesmo gravame. O que nós não podemos aceitar é a emenda do Ver.
Márcio Bins Ely, na minha opinião, porque essa, sim, aumenta altura e
densidade. E, gratuitamente, não é possível.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Eu falei sobre o projeto até o presente momento. A grande
circunstância que existe é que, quando o DEMHAB iria fazer a reurbanização, o
gravame dava especializações para o DEMHAB, benefícios especiais, porque nós
não achamos que o proprietário, por mais que tenha sido injustiçado no passado,
que vá ganhar esses benefícios extraordinários. É por isso que se revoga essa
disposição.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver. Reginaldo Pujol e Ver.ª Sofia,
pelos apartes e pelo debate.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLCE nº 015/13.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos
discutindo um assunto, mesmo que seja de uma Área de Interesse Social, para
desafetar ou para liberar essa área, eu acho que o mais simples, mesmo, é fazer
de conta que eu tenha comprado um carro do Ver. Canal, que é um homem sério;
ele disse que o carro estava bom, eu comprei o carro e, realmente, o carro
estava bom. Só que eu, que comprei este carro a prazo, prometi pagá-lo depois e
não estou cumprindo. Não paguei este carro. E disse ao Ver. Canal que, como eu
não tive condições de pagar o carro, vou devolvê-lo. É o que está acontecendo
aqui com este projeto do Executivo. Ele transformou uma área em Área Especial
de Interesse Social, não fez o que era para fazer, por motivos vários, e,
agora, ele está dizendo que esta área não interessa mais ao Município para
Interesse Social e que quer tirar este gravame da área, para que esta área seja
usada para outras atividades, mas não que seja uma obrigação de quem detém a
posse e a propriedade do terreno.
Acho que estamos fazendo aqui uma coisa muito
simples, um tema de casa, Ver. Kevin Krieger, para que possamos votar, nesta
quinta-feira, este projeto de lei do Executivo, que está muito claro. Tenho
certeza de que teremos uma votação tranquila para esta matéria. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores,
Kevin Krieger, Cassio Trogildo e Sofia Cavedon, a Emenda nº 02 ao PLCL 015/13.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 25 votos NÃO.
Em votação o PLCE nº 015/13.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2783/14 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 014/14,
que altera o caput do art. 15, o inc.
IX do art. 16 e o art. 17 e inclui art. 17-A na Lei Complementar nº 721, de 29
de novembro de 2013 – que estabelece medidas de incentivo e apoio à inovação e
à pesquisa científica e tecnológica no ambiente empresarial, acadêmico e social
no Município de Porto Alegre –, modificando a constituição do Conselho Gestor e
dando outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relatora Verª Séfora Gomes Mota: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§
1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 17-06-15.
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLCE nº
014/14. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 014/14.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, com esse projeto,
pelo que estou entendendo, fica criado o Fundo Municipal de Inovação e
Tecnologia – FIT/Poa – com a finalidade de fomentar programas, projetos em
empresas de base tecnológica, desenvolvimento de pesquisa, produção em eventos
de interesse da municipalidade, que tenham como foco a inovação e a pesquisa
científica e tecnológica. Há uma alteração no Conselho Gestor do fundo. Essa é
a proposição do projeto.
Nós solicitamos ao Líder do Governo que nos
explique melhor e diga o porquê. A população que está nos assistindo pode achar
estranho que chegue na hora da votação e não tenhamos ainda uma opinião, mas,
às vezes, os processos acabam passando de forma muito rápida, com uma mudança
pequena, e não nos damos conta em meio à parte processual. É importante que
reflitamos, aproveitando esse ensejo, sobre o fomento à ciência e tecnologia em
Porto Alegre.
Nós temos um programa, em que o Ver. Nedel tomou a
iniciativa de fazer uma emenda quando da discussão do Orçamento, há uns cinco
anos, que se chama Unipoa. À época, eu tive muita resistência, lembro que
problematizei porque tenho claro, sou da área da educação, que o Município de
Porto Alegre não tem responsabilidade, e está vedado ao Município de Porto
Alegre investir em Ensino Superior enquanto não der conta dos seus níveis de
responsabilidade. E o Município tem responsabilidade exclusiva sobre a Educação
Infantil e tem um déficit imenso, ainda, a ser suprido na nossa Cidade. Só nos
quatro, cinco anos, oito mil vagas, no início de 2016, já obrigatórias. Mas o
Unipoa se impôs por uma opção política, inclusive da Secretaria de Ciência e
Tecnologia, por isso aqui faço a reflexão, pois, no momento em que se mudar o
conselho gestor desse fundo... Só que, quando nós fomos analisar o desempenho
do Unipoa, eu fiz um Pedido de Informações, para o meu espanto, o tipo de
curso... Primeiro, as regras de seleção não estão claras, os alunos entram por
uma seleção supostamente universal com a nota do ENEM, mas é a universidade que
faz a seleção, cada faculdade, não são nem as universidades, e tem cursos como
Marketing. Qual é, na verdade, o fomento de ciência e tecnologia que faz a
Prefeitura ao abrir mão de impostos e favorecer jovens para que estudem marketing? Então, me parece que é um
programa que ficou sem intencionalidade, sem cuidado, sem fiscalização,
abrindo-se mão de recursos preciosíssimos para a educação. Eu espero que a
gente possa fazer esse debate sobre o Unipoa, levando para o Governo Municipal,
para o Conselho Municipal de Educação, para o Tribunal de Contas, para o
Ministério Público. A Prefeitura e o Vice-Prefeito já receberam do Fórum das
Entidades, desta Vereadora o questionamento e a solicitação de que esses
milhões anuais que são renunciados em nome de bolsas para o Ensino Superior que
não tem nada que justifique o fomento e a tecnologia em nenhum dos cursos
propostos, tem meia dúzia na educação, meia dúzia no Marketing, não tem nenhuma
potência... É um desperdício, é uma dispersão desnecessária, aliás, ela é uma
dispersão, de fato, passível de reprimenda. Eu não entendo por que o Tribunal
de Contas e o Ministério Público ainda não apontaram isso para o Município de
Porto Alegre.
Eu quero aqui aproveitar o ensejo, agora nós vamos
ouvir as explicações do Governo sobre as mudanças que estão acontecendo, mas,
para mim, fomento à ciência e à tecnologia tem que ser com parcerias, tem que
ser com outros recursos que não os de educação no Ensino Superior: com parceria
com o Governo Estadual, com a Fundação de Pesquisa do Estado, que o Governo
Estadual quer fechar e que não deve fechar, com o Governo Federal, e não com
recursos próprios, em especial, com recursos da educação no que tange à
formação no Ensino Superior.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, apenas para registrar que, na votação
anterior, o do PLCE nº 015/13, os votos do Prof. Alex Fraga e o meu foram
“abstenção”. Obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro, Vereadora. O Ver. Kevin
Krieger está com a palavra para discutir o PLCE nº 014/14.
O
SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde, Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; quero agradecer a Ver.ª Sofia, pois se
inscreveu aqui para que eu pudesse solicitar à assessoria algumas informações
para eu dar as explicações necessárias desse projeto, de algumas mudanças que
estamos fazendo na Lei Complementar nº 721/13. Vou procurar ser bem didático,
Ver.ª Sofia. A primeira alteração é do art. 15 da Lei, que dizia: “fica criado
o FIT”, agora estamos fazendo a mudança para alterar para “Fundo Municipal de
Inovação e Tecnologia”; é uma mudança muito simples, somente de nomenclatura.
Da mesma forma, no art. 16, a Lei anterior dizia: “dotações orçamentárias que
lhe sejam destinadas, anualmente, por meio de decreto”, como temos, agora, uma
dotação orçamentária por lei, então também se faz essa mudança.
Como a senhora falou sobre a questão do Conselho
Gestor, acho que isso é um detalhe importante que quero colocar. Na Lei
tínhamos 11 integrantes, estamos fazendo duas mudanças, constituindo um
Conselho Gestor que tratará sobre o assunto. Nesse Conselho Gestor, nós teremos
Secretarias que estavam no antigo comitê e que irão tratar com as Secretarias
responsáveis, como a Fazenda, entre outras Secretarias. E o art. 17 diz que o
FIT/Poa será administrado por um Conselho Gestor. Quem fará parte desse
Conselho Gestor? Um representante do Gabinete de Inovação e Tecnologia; um
representante da Secretaria Municipal da Governança Local; um representante da
Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio; um representante da Secretaria
Municipal de Urbanismo; um representante da Procempa; e quatro representantes
da sociedade civil que serão indicados pelo Comcet. O mais importante desse
Conselho é que ele é consultivo e deliberativo. Então, qualquer deliberação de
execução desse Fundo tem que passar por esse Comitê Gestor e se cria uma Junta
de Administração que vai encaminhar todos os procedimentos, qualquer mudança,
qualquer execução desse fundo vai ser encaminhada ao comitê gestor. Na verdade,
tira-se duas peças do comitê gestor, cria-se uma junta administrativa para
administrar esse fundo, mas, para que possam ser executados, têm que deliberar
nesse comitê gestor, do qual a sociedade civil fará parte. São essas pequenas
mudanças que vêm para melhorar essa lei que foi aprovada em 2013. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o PLCE nº 014/14. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO, com a abstenção da Ver.ª
Fernanda Melchionna e do Ver. Prof. Alex Fraga.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
IND. Nº 036/15 – (Proc. nº 1929/15 – Ver. Delegado
Cleiton) – ao Executivo Municipal,
que sugere a retirada do gravame existente na área ocupada da Praça Pery de
Castro, situada no final da Rua João Ribeiro de Barros (Rua Arachanes),
prevendo a destinação ao Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB), para
posterior processo de regularização fundiária.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação a Indicação nº 036/15. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0150/14 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 006/14,
de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que inclui art. 8º-A na Lei Complementar
nº 382, de 24 de julho de 1996 – que regulamenta o art. 103 da Lei Orgânica do
Município e dá outras providências (audiência pública) –, para tornar
obrigatório o comparecimento de representante da Administração Direta ou da
Administração Indireta do Município de Porto Alegre às audiências públicas
concedidas pelo Executivo ou Legislativo Municipais.
Pareceres:
- da
CCJ. Relator Ver. Valter Nagelstein: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do
Projeto(empatado);
-
da CUTHAB. Relator Ver. Clàudio Janta: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. João Derly: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Alberto Kopittke: pela aprovação do Projeto;
-
da COSMAM. Relator Ver. Kevin Krieger: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§
1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 03-06-15.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLCL nº 006/14. (Pausa.) A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLCL nº 006/14.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Uma das principais funções de uma Câmara é
justamente a fiscalização sobre o Executivo Municipal. Nós, muitas vezes, temos
diferenças profundas sobre a questão da perda da independência frente a
projetos do Governo, frente a projetos ruins para a Cidade, etc. As audiências
públicas são um dos instrumentos da Câmara para fazer o debate com Governo,
população, sociedade civil, movimentos sociais; as audiências públicas são,
inclusive, um dos princípios que regem a Lei Orgânica sobre o direito à
informação. A cidadania pode requerer, entidades podem requerer audiências
públicas para a Câmara de Vereadores que tratem de projetos, de obras ou de
temas de interesse coletivo, e a Câmara é obrigada, pela nossa Lei Orgânica, a
garantir essa audiência pública para a cidadania. Essa é uma conquista da nossa
Lei Orgânica, a Carta Magna do Município de Porto Alegre e a maior legislação
com relação a direitos e deveres. Nós, muitas vezes, vemos que faltam
representantes do Executivo Municipal. É verdade que o projeto do Ver. Marcelo
Sgarbossa foi aprovado por todas as Comissões – empatou apenas em uma –, então
eu tenho expectativa de que ele seja aprovado na tarde de hoje, mas fiz questão
de vir aqui discutir porque me parece que fazer com que o Executivo venha
obrigatoriamente, compareça nas audiências públicas – concedidas pelo próprio
Executivo, quando forem requisitadas para o Executivo fazer, ou pelo
Legislativo Municipal, quando requisitadas ao Legislativo e com tema atinente
ao Governo Municipal – é o mínimo dos preceitos democráticos.
Nós tivemos episódios que essa legislação teria
garantido a presença do Executivo Municipal. Como, por exemplo, um tema muito
discutido aqui por esta Câmara de Vereadores, a questão da orla do Guaíba, do projeto de revitalização da orla quando, naquele momento,
o Executivo disse que não mandaria mais representantes para as audiências
públicas da Câmara de Vereadores. Felizmente, em boa parte das audiências
depois, teve, sim, a participação das Secretarias.
Outro tema, eu acho,
Ver. Marcelo, que as audiências deveriam ter uma caráter deliberativo. Nós
ouvimos, por exemplo, sobre o tema bastante discutido pela cidadania da orla,
muitas críticas ao projeto da revitalização. Desde o Cais, com projeto de shopping center, espigão,
estacionamento, mudando as características do processo licitatório lá de trás,
em que o projeto original previa o rebaixamento da Av. Mauá e ampliação da
Praça Brigadeiro Sampaio, e, no projeto apresentado na audiência do EIA-RIMA,
sequer se falava de rebaixamento. A empresa mudou o projeto, mesmo aquele
licitado lá atrás. Uma série de irregularidades, um processo que, obviamente,
está eivado de irregularidades e precisa ser reconstruído. Mas mais do que
isso, nós ouvimos a voz da cidadania em que a ampla maioria dos presentes se
manifestou contrariamente à construção de shoppings,
à construção de espigão e ao adensamento do centro, do trânsito, com mais
carros, mais vagas, 4.700 vagas de estacionamento; e, sim, por uma outra lógica
de revitalização. Um espaço de lazer, de cultura, de esportes, com espaços
gastronômicos, mas, sobretudo, com uma construção que não fira a identidade
cultural e que aproxime as pessoas do rio Guaíba. O contrário do que o
Executivo apresentou. Mas nós precisamos discutir a importância de as
audiências serem deliberativas. O projeto do Ver. Marcelo Sgarbossa apenas
obriga o Município a comparecer às audiências, sejam elas chamadas pelo próprio
Executivo, sejam elas chamadas pelo Legislativo. É um projeto meritório, tem
como princípio a democracia, terá o meu voto e o voto do Ver. Prof. Alex Fraga.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Marcelo
Sgarbossa está com a palavra para discutir o PLCE nº 006/14.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde,
novamente, a todas e a todos. A Ver.ª Fernanda já colocou aqui a maioria dos
argumentos. Este projeto surge de um caso concreto que foi quando estava aqui o
Jaime Lerner, uma pessoa de notório saber, segundo o próprio Executivo...
(Aparte
antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. MARCELO SGARBOSSA: ...e no mundo diz o
Ver. Bosco. Sobre essa audiência que a Vereadora citou, depois dessa
audiência, a Prefeitura informou que não mandaria mais representantes para as
audiências públicas, e na audiência pública seguinte... Vejam, estamos falando
de audiências públicas regulamentadas por lei, oficiais, com tempo, com
coordenação. Não estamos aqui falando no termo genérico da audiência pública,
estamos falando no termo técnico, digamos assim. Audiências públicas são
organizadas pelo Executivo ou pelo Legislativo. De fato, na audiência pública
seguinte, que tratava da questão do Plano Diretor Cicloviário, o Prefeito não
mandou representantes, e aí, nesse contexto, lá em 2014, protocolamos um
projeto de lei que não faz nada mais, nada menos, Ver. Janta, que dizer que nas
audiências públicas têm que ter um representante do Governo - nem obriga, nem
regulamenta, não se coloca essa pretensão -, da administração direta ou
indireta.
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: O Ver. Bosco me pergunta se nunca vem ninguém de Governo. Sempre veio
alguém do Governo, mas houve um momento em que a Prefeitura, o Prefeito ou
alguém próximo ao Prefeito, incomodado com aquela audiência em que estava
presente o Jaime Lerner, porque algumas pessoas do público presentes fizeram
manifestações contrárias a ele, talvez entendido como deselegantes, enfim, não
quero entrar no mérito. De uma certa forma, como vingança, eu diria assim, o
Prefeito ou alguém pelo Prefeito, não estou lembrado, disse que a Prefeitura
não mandaria mais representantes para as audiências públicas. Nós achamos que,
num primeiro momento, aquilo era um desabafo, em razão do que foi dito a Jaime
Lerner, mas de fato foi cumprido na audiência pública seguinte, justamente uma
audiência que tratava do Plano Diretor Cicloviário. Quero aqui fazer uma
ressalva: é comum, é rotina que compareçam representantes do Município. O que
estamos fazendo aqui? Tornando isso obrigatório. Pelo que sinto, há uma posição
de Governo contrária ao projeto, já tenho algumas informações, mas eu
convidaria os Vereadores a lutarem pela sua independência neste momento, porque
estamos aqui falando uma coisa das mais básicas: numa audiência pública,
representantes do Governo estarem presentes. Nem vou usar todo o meu tempo
porque o projeto é autoexplicativo. O representante do Governo tem que vir. E
talvez quem hoje é base do Governo possa estar na oposição em pouco tempo, pode
ser que continue Governo e que, numa audiência pública de seu direto interesse,
de atuação de seu mandato, se sentiria muito desprestigiado se nessa audiência
pública não comparecesse ninguém, nem da administração direta nem indireta do
Governo, para ouvir.
Como falou a Ver.ª Fernanda, eu também defendo esta
tese: alguma vinculatividade, algum caráter deliberativo. Como fazer isso é um
passo difícil, mas alguma vinculatividade no mínimo; a Prefeitura, ao ouvir o
que se coloca na audiência pública, deve dar uma resposta oficial. Para dar
aqui apenas um exemplo de que não pode ser uma audiência em que simplesmente
escutam e disso não resulte nada. No mínimo, uma luta pela independência –
repito aqui – e que votemos a favor. Uma audiência pública com participação
efetiva de representantes do Governo, seja da administração direta ou indireta.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLCL nº 006/14.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras,
eu acho que é do interesse do Executivo estar em todas as audiências públicas.
Imaginem o Legislativo chamar uma pauta, um tema, a sociedade estar presente –
normalmente o tema tem a ver com uma política pública – e o Governo estar
ausente. Então, acho que este projeto não deveria ser necessário, ele responde
a uma conjuntura. E não é uma conjuntura muito estranha; com todo o respeito
que tenho para com as secretarias e secretários – aliás, quero dizer que a
Secretária de Educação tem muito respeito comigo também –, nós tínhamos uma
audiência sobre terceirização, cujos interessados não vieram, mas também não
veio ninguém das secretarias. Fiquei sabendo depois, durante a semana – quero
aqui registrar -, Ver. Clàudio Janta, que só o movimento de chamarmos aquela
audiência pública da terceirização, não aconteceu a audiência, mas, para minha
alegria e para surpresa das funcionárias terceirizadas, na semana anterior à
audiência elas receberam – diferente do que aconteceu no final do ano passado –
adiantamento do 13º. Elas nos disseram: “Vimos o dinheiro na conta e achamos
que não era nosso.” Foi na semana anterior à audiência pública da
terceirização. Houve, no mês de setembro, um adiantamento do 13º, algo impensável
nas vidas das terceirizadas, que no ano passado não receberam o 13º, não tinham
recebido férias e foram ganhar na Justiça lá em fevereiro. Então, acho que os
movimentos de audiências públicas, as mobilizações que a Câmara faz sempre dão
resultado. E elas deveriam ser bem recebidas, mesmo com a atenção que sempre
geram, pelo Governo. E o Governo tem que estar, é responsabilidade do Executivo
estar presente, porque a Câmara de Vereadores é uma interlocutora da sociedade
na busca dos seus direitos, na fiscalização da política pública, na modulação
da política pública na definição da sua vida, na vida da sua Cidade.
Então, nós vamos aprovar esse projeto. Eu aprovo
esse projeto porque ele, na verdade, garante, inclusive ao Executivo, o seu
protagonismo nos debates que dizem respeito às políticas públicas pelas quais
são responsáveis.
E aí eu uso esses minutos finais para falar da
audiência pública do Cais do Porto. Acho que a gente teve uma demonstração como
nunca da presença forte da cidade de Porto Alegre, da cidadania organizada, da
cidadania que está estudando, que está fazendo analises técnicas, que está
oferecendo alternativas ao Governo, que manifesta qual a sua vontade de medidas
mitigadoras, em relação a um grande empreendimento que atinge o Centro da
Cidade à beira do Guaíba, que é um lugar peculiar, que é um lugar de todos, que
é um único, que é um lugar acessível para chegar à beira do rio. Portanto, não
me digam: “Ah, as pessoas vão aproveitar o rio lá no Lami, em Belém”, porque lá
já depende de ônibus, deslocamento, trânsito, aqui, é o lugar por excelência
para chegar à beira do rio. Ora, esta audiência pública tem que ter força de
cidadania legal, de manifestação, de participação, de permeabilidade. Então,
ali estava o Executivo? Estava: o Prefeito e o Vice-Prefeito, que foi e ficou
muito pouco, era muito importante que ele estivesse ficado e ouvindo. E o
Secretário da SMURB não ficou toda a audiência pública, apenas ficou o Luciano
Marcantônio, e a audiência se arrastou até a meia-noite – o Ver. Nedel estava
lá, testemunhou. Acho que o Governo precisava ouvir, porque eu, por mais
cansada que estivesse, fiquei ouvindo cada manifestação. Acho que nós,
Vereadores, temos que ter a capacidade de ouvir, do lugar onde as pessoas
vivem, como elas se sentem atingidas pelas políticas públicas. E isso é
respeitar profundamente a democracia e a soberania de cada cidadão.
Então, esse projeto, que define que o Governo tem
que vir e ouvir, ele está correto: ele está respeitando a Constituição
Brasileira e o cidadão brasileiro que a construiu.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PLCL nº 006/14.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
o projeto não teve rejeição de nenhuma das Comissões, eu acho que o objetivo
era a gente vir discutir esse projeto aqui no plenário mesmo. Nós obrigarmos o
Executivo a estar presente aqui... A Ver.ª Sofia lembrou muito bem, a semana
passada estivemos presentes aqui, eu e o Presidente, numa audiência pública,
onde a Câmara de Vereadores gastou dinheiro, botando edital; nós mesmos
protocolamos agora aqui um pedido de audiência – eu, o Ver. Dr. Thiago, o Ver. Bernardino -
para discutir a questão da saúde pública em Porto Alegre. Estamos discutindo
com o Presidente outra forma de fazer isso, daqui a pouco a gente vê outras
formas de fazer isso.
Semana
passada, a Vereadora falou que pagar o 13º salário... Eu acredito que não seja
somente um edital que tenha a força de fazer, Ver.ª Fernanda, o Executivo pagar
isso. Se fosse isso, as audiências públicas que a gente teve aqui, sobre a poda
das árvores, nós não precisávamos ter feito, só o edital teria evitado que na
madrugada podassem as árvores. As audiências públicas que a gente teve aqui, da
questão dos moradores de rua, se fosse só o edital, os moradores de rua teriam
resolvido as questões. Eu acho que nós temos que ver o critério das audiências
públicas, até porque, nessa audiência pública só estavam presentes eu, o Ver.
Mauro Pinheiro e a Ver.ª Sofia – só estávamos presentes nós três aqui. Eu acho
que nós temos que ter um interesse da matéria do Executivo; senão, daqui a
pouco, nós vamos estar obrigando o Executivo a estar presente até na entrega de
Título de Cidadão! Nesta semana, eu estive aqui presente na entrega do Título
de Cidadão para o D’Alessandro, um argentino que virou cidadão de Porto Alegre;
então o Executivo tinha que estar presente. Tinha que estar presente a
Secretaria de Esportes, porque ele é um esportista; tinha que estar presente a
Secretaria da Cultura. O Prefeito estava presente, mas tinham de estar
presentes duas secretarias, no mínimo, para a entrega do Título.
Então acho que “obrigar” é uma palavra muito forte.
Eu me lembro muito bem que, quando nós discutimos a questão do Conduto Álvaro
Chaves, estiveram aqui presentes os membros do Executivo; quando discutimos a
enchente do Sarandi, esteve aqui presente o pessoal do Executivo. Quando nós
discutimos a questão da duplicação do Gasômetro, houve um incidente, e o
Executivo disse que não iria mandar ninguém aqui, mas, logo depois, voltaram a
estar presentes nesta Casa.
O Sr. João
Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Janta, o
senhor tem toda a razão. O que tem acontecido? As pessoas estão vulgarizando a
audiência pública. Pedem audiência pública para qualquer coisa, quando uma
Comissão poderia resolver. Quando até um gabinete pode resolver o assunto,
pedem uma audiência pública. Então V. Exa. tem razão, nós não podemos
vulgarizar as audiências públicas. Muito obrigado.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Eu acho que até é um direito do Vereador pedir audiência pública, mas
acho que tínhamos que ver critérios para audiência pública. Eu acho que essas
audiências deveriam vir acompanhadas não digo de um abaixo-assinado, mas
referendadas de entidades realmente...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio
Janta prossegue a sua manifestação de discussão do PLL nº 006/14, a partir
deste momento, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Nós estamos gastando
o dinheiro do povo de Porto Alegre, muitas vezes pelo bel
prazer do Vereador, para dar uma satisfação de que fez audiência pública. Um
exemplo foi semana passada, quando eu e o Ver. Mauro Pinheiro estivemos aqui e
a audiência pública só foi pedida, porque não tinha nenhuma entidade presente,
nenhuma representação para discutir o tema. Se fosse necessária como foi a do
transporte, da segurança, de mobilidade, quando esta Casa ficou lotada, algumas
foram tão importantes que tivemos que fazê-las no Tesourinha, em outros
ginásios...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo o Memorando de autoria do Ver. João Carlos Nedel, nos termos do art. 227, § 6º e 7º do Regimento –
justificativa de falta –, que comunica a sua participação na reunião com o Sr.
Prefeito Municipal, a partir das 14h30min, no dia 1º de outubro de 2015.
Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon que solicita a renovação de votação da Indicação nº 027/15.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Kevin Krieger, o PLCL nº 006/14. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) Quatro votos SIM e 14 votos NÃO. Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 16h10min.)
* * * * *